DO CONFLITO À SUSTENTABILIDADE – CASOS QUE TRANSFORMARAM PROBLEMAS AMBIENTAIS, RELACIONADOS À ÁGUA, NOS MELHORES EXEMPLOS EM GESTÃO AMBIENTAL (SESSÃO ESPECIAL)

DO CONFLITO À SUSTENTABILIDADE

CASOS QUE TRANSFORMARAM PROBLEMAS AMBIENTAIS, RELACIONADOS À ÁGUA, NOS MELHORES EXEMPLOS EM GESTÃO AMBIENTAL (SESSÃO ESPECIAL)

 

Contextualização

De forma geral foram apontados desafios sociais, ambientais e políticos quando da ocorrência de desastres ou problemas ambientais sérios relacionados à água. De frente para esses problemas, pode-se partir para soluções conhecidas, com obras de infraestrutura sem diálogo social ou realmente considerar a oportunidade do diálogo social para constituir um modelo diferenciado e sustentável que refaça laços sociais e políticos e que promova a vitalização daquele território (social, cultural, ambiental, político e econômico). Para tal, deve-se promover ações: de engajamento das comunidades; profunda participação social considerando que determinados desastres implicam na reconstrução de vilas e cidades; a intergeracionalidade no processo; o planejamento de abordagem bottom-up, que leva em conta a sustentabilidade dos modelos propostos em longo prazo; as metas de desenvolvimento sustentável a serem atingidas e o caráter das fronteiras municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Não se trata, portanto, de olhar apenas para o ambiente, mas também tomar ações que melhorem a vida das comunidades e das pessoas ou não fazem sentido.

Recomendações

Não é possível dissociar o ser humano do ambiente, e a escuta da voz das comunidades afetadas é caminho necessário para uma gestão ambiental que supere desastres e problemas sérios relacionados à água e o ambiente. Quem vivencia o problema e está vinculado àquele território é quem tem mais condições de opinar sobre as ações necessárias a ser tomadas para um processo de sustentabilidade. O desafio é dar as ferramentas e gerar conhecimento e consciência sobre o problema para preparar o terreno para o crescimento social sustentável em todos os seus aspectos. Um dos exemplos apontados no Japão, foi a existência de uma Vila devastada por um terremoto, cuja maioria da população era idosa e não queria sair daquele local. Após o terremoto a vila teve a idade média da população aumentada, porque os jovens abandonaram a vila. Houve uma grande resistência da população remanescente de se engajarem na reconstrução da Vila. Entre as muitas ações realizadas, estudantes voluntários visitaram essas pessoas, ouviram suas histórias e isso mudou a visão dos moradores sobre si mesmos e seu potencial, dando-lhes uma perspectiva mais positiva para a reconstrução. Isto fez com que a população se revitalizasse e conseguisse restaurar a autoestima e as atividades da vila. Um outro exemplo de reestabelecimento foi com a construção da Hidrelétrica de Itaipu. A empresa Itaipú Binacional investiu na educação ambiental com mobilização social e em uma agenda de desenvolvimento econômico e de empoderamento das comunidades e dos trabalhadores locais, possibilitando a fixação da população rural em seu território, evitando o êxodo e mantendo a qualidade da vida no campo. Um outro exemplo foi a metodologia Jimotogaku, aprendizagem em comunidade, realizada em Minamata, Japão, com a contaminação de mercúrio na água do mar, infectando plantas e peixes e as pessoas que comeram os peixes. A população ficou extremamente doente e isolada no Japão. Foi apresentado todo o processo de revitalização comunitária e ambiental no local, reconhecendo e formando mestres em processos de produção sustentável, promovendo organização local e revitalização das comunidades rurais, promovendo uma alimentação saudável e processos tecnológicos (em conjunto com as comunidades) para superar o problema.

Conclusões

Como conclusões observam-se algumas tendências futuras, como o crescimento de uma noção de vida sustentável rural; a predominância de abordagens focadas no desenvolvimento humano, de forma holística; conceito de desenvolvimento centrado nas capacidades dos indivíduos; gestão participativa da água; e um conjunto de procedimentos e ferramentas para formar um espaço profícuo de diálogo com as comunidades.

COORDENAÇÃO
RICARDO BURG MLYNARZ – BRASIL

RELATORES
AMONRA ARUANDA SILVA BARBOSA – BRASIL
LÍLIA DINIZ – BRASIL

PAINELISTAS
SILVANA VITORASSI – BRASIL
TAKAYOSHI KUSAGO – JAPÃO
TETSURO YOSHIMOTO – JAPÃO

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